30 novembro 2006

Fotos Vila Nova de Meiá

Pôr do sol em Vila Nova de Meiá.


Vista da via "Tierra de Nadie" a esquerda do diedro.
Croqui da via.



Iniciando a quarta cordada.

Entrando no "negativo" da quinta cordada.

Quinta cordada.

Amanhecer...


Planta no cume da parede.

Fotos Etxauri


Vista das paredes de Etxauri.

Sector "Iniciación".

Dia chuvoso na Vanette.

Etxauri

Chegamos em Pamplona depois de dois dias de mal tempo. Aproveitamos para passear um pouco pelo centro antigo da capital do Reino Navarro. Lavamos roupas e encontramos com os amigos Pedro e Carol que haviamos conhecido em Riglos e agora estao morando por alí.
Escalamos dois dias em Etxauri que fica só a 15 km de Pamplona, ou Iruña em Euskera, que é um lugar com paredes de até 180m e com vias fortes, muitas de oitavo grau e mais... No primeiro dia fomos ao Kiriako e escalamos 2 vias de 30m e uma de 100m, muito verticais e de um calcáreo de agarras pequenas. Vias muito equipadas e mesmo lugares onde se poderia aproveitar a possibilidade de proteçao natural, foram desperdiçadas muitas chapas e grampos químicos.
No segundo dia fomos ao setor Inicicion onde a Marcia teve a oportunidade de guiar várias vias mais acessiveis. Porém no início da tarde voltou a chover e ficamos novamente ilhados na Vanette e seus 3 metros quadrados. Passeamos mais um dia por Pamplona e como a previsao do tempo nao era das melhores resolvemos partir em busca de um pouco de sol.
Só um pouco mais de conhecimentos gerais.... nos idos do século XVI o Reino Espanhol conquistou a ferro e fogo o Reino Navarro que atualmente corresponde a Navarra, País Vasco e o País Vasco Francês. Nas idas e vindas da história, o Reino Navarro é hoje dividido em duas provincias espanholas e uma francesa, mas conservam o idioma de origem (Euskera) e o nome em sua lingua Euskadi. Existem movimentos separatistas a mais de 200 anos mas até agora nada de sucesso. Ouvimos dizer que o Euskera é considerado um dos idiomas mais antigos da Europa e nao tem um idioma de raiz, ele é sua própria raiz. Completamente diferente de todas as línguas latinas ou anglo saxônicas que estamos acostumados a ouvir pelo mundo. No Brasil temos a ilusao que na Espanha se fala Castelhano e só, mas aqui a realidade é outra, sao 4 idiomas oficiais e que sao muito falados e escritos em suas regioes. Como disse, em Navarra e País Vasco se fala Euskera, na Galicia o Gallego que é muito parecido com o Português, na Catalunia e Valencia se fala o Catalao que é uma mistura de castelhano, frances e italiano com um pouco de português e por fim no resto da Espanha se fala o Castelhano.

21 novembro 2006

filminho: 360º do Cume do Naranjo de Bulnes

Fotos Bilbao


Museu Guggenhein.

Aranha de Louise Burgois.



Mar Cantábrico.

Porto de Urbasa.

20 novembro 2006

Fotos do Picu Urriellu

Face Sul do Picu Urriellu.


Refugio visto desde a via Sagitário.


Face Norte.


Via Amistad con el Diablo na face Leste.


Vista do cume.


Cume Ocidental.



Via Nani na face Sudeste.



Aonde estamos!

Picos de Europa

Chegamos próximo a Sotres quase as 16h, já um pouco tarde para subir e agilizamos o mais rápido possivel para ir até o Refúgio Urriellu. O Eneko conseguiu para nós a estadia no refúgio pois é muito amigo do responsável. Com as mochilas carregadas de equipo e comida para 5 dias demoramos 3 horas para chegar a 1960m, altura onde está o refúgio que é bem na base do "Picu Urriellu" ou "Naranjo de Bulnes". Na realidade o nome oficial é Picu Urriellu (2515m), mas é muito conhecido como Naranjo, pois a face norte é de uma pedra calcárea alaranjada, e Bulnes é o povoado logo abaixo do pico. Chegamos já após anoitecer e fomos recebidos pela pessoa que está cuidando do refúgio agora no inverno, o amigo do Eneko subiria somente no dia seguinte. Estamos com sorte pois nesta época no ano passado nos falaram que já tinha 2 metros de neve na porta do refúgio... assim sao as temporadas atípicas.
Arrumamos nossas coisas e preparamos o jantar, daí a má notícia... alguem telefonou para avisar que tinhamos esquecido as luzes do carro acessas... bem terminei de comer e resolvi voltar até o carro. Levei 50 mim descendo correndo e mais 1h45min subindo, no frio e cansado cheguei de volta ao refúgio à meia noite e o carro totalmente sem bateria, nao acendeu nenhuma luz.
Na manha seguinte fomos à face sul para fazer a via mais frequentada do Picu e ao mesmo tempo conhecer o rapel que é feito por esta mesma via, a Sur Classica que foi conquistada em 1944 pelos Irmaos Martinez. Sao 150m de escalada de IV grau e mais uns 15 minutos de trepa pedra até o cume. Assim chegamos ao cume do Naranjo de Bulnes que tem vista para os Picos de Europa e para o oceano Atlântico, que por aqui é chamado de mar Cantábrico. Estava um pouco frio mas ao sol e sem vento bem agradável para escalar.
A conquista do Naranjo foi em 1904 começando pela face Leste e terminando pela Norte. Dois sujeitos, Pedro Pidal e Cainejo, subiram por uma sequencia de rampas e por fim uma chaminé até o cume, descalços e com uma corda amarrada na cintura, em uma via que hoje é graduada em V grau. E o mais difícil é que nao rapelaram mas destreparam a via de subida. Uma verdadeira odisséia para a época, dizem que Cainejo durante a baixada exclamou: "Meu Deus foi por aqui que subimos??". Dois anos mais tarde em 1906 aconteceu a segunda ascençao ao Picu, desta vez um alemao escalou em solitário por uma fissura até a mesma repisa dos conquitadores e seguio pela mesma chaminé até o cume. Desta vez rapelou pela face Sul e colocou os primeiro grampos de fenda no calcáreo do Urriellu. Enfim mais de 100 anos de escaladas em um lugar maravilhoso com uma rocha magnífica.
No segundo dia por lá fomos à via Nani (350m, V+) na face sudeste, escalada do tipo aventura, sem nenhuma chapa no caminho e uma ou outra parada com pitons. Algo do estilo "Salinas" um pouco exposto e fácil de se perder em um mar de rocha. Desta vez chegamos ao cume oriental, na realidade sao dois cumes, o Ocidental mais alto e o Oriental um pouco mais baixo.
O Eneko tinha nos dado uma lista das vias mais recomendadas para fazer e fomos assim seguindo seus conselhos. No terceiro dia resolvemos mudar de face e fomos para a Oeste. Saimos mais tarde pois o sol só chegaria na parede lá pelas 14h. Começamos escalar as 12h a via Sagitário (250m, 6b). Nos croquis tinha uma recomendaçao para "ir sobrado de grau", fiquei um pouco receoso, mas enfim, o melhor é conferir. A via é extraordinária, extremamente vertical, com 2 barrigas, uma de 6a e outra de 6b e uma oposiçao de 6a+, o resto é V+ exposto. Por isso a recomendaçao de ir com o grau mais à vontade. Foi uma das melhores vias que escalamos aqui na Espanha. O ruim é que escalamos 4 cordadas na sombra e foi de congelar os dedos e o sol só chegou as 14:40h e com uma névoa fina e nao esquentou nada, quase congelamos na parede.
Tiramos o próximo dia de folga e para descançar caminhamos até outra montanha para ter um visual do Picu de longe. Fomos à Punta la Pardida (2596m), foram 6 horas para ir e voltar. No quito dia voltamos à face Leste da parede para escalar a via Amistad con el Diablo (250m, V+), só que o tempo começou a dar sinais de mudança e o vento foi muito forte durante a escalada e o sol nao esquentou. Ao voltarmos para o refúgio vimos que a previsao era de neve para dalí 2 dias e resolvemos baixar na manha seguinte.
A estadia no Naranjo de Bulnes foi realmente nota 1000... e ainda ganhamos comida de outro espanhol que estava por lá e ao ir embora nos deu muita coisa. O resultado é que descemos com o mesmo peso que subimos, mas cavalo dado nao se olha os dentes....
Bem, chegamos no carro e o tal probleminha com a bateria... empurramos ladeira abaixo e nada de funcionar, a bateria nao tinha nem sinal de carga. Por sorte encontramos um senhor local que tinha um carro e com as ferramentas trocamos as baterias e conseguimos arrancar. Esta tarde dormimos em uma praia do Cantábrico próximo a Bilbao e na manha seguinte fomos visitar a cidade.
Em Bilbao fomos direto ver o Museu Guggenheim, uma construçao vanguardista ao lado do Rio Nervión. O edificio é parte revestido com pedra calcárea e parte revestidado de placas de titânio de 0,5mm de espessura. Realmente impressionante, dizem que projetado para durar 100 anos, na minha opiniao vai durar muito mais...No lado de fora do museu está uma aranha feita de aço que esteve na Bienal em Sao Paulo uns anos atrás, muito bonita e está em um lugar previlegiado.
Voltamos a Vitória e jantamos com Endika um amigo dos amigos de Valencia e partimos em direçao a Navarra, mas precisamente Etxauri. Agora estamos em Pamplona, capital de Navarra e logo escreveremos o que há por aqui. Ontem encontramos Eneko e Iker e se o tempo melhorar vamos escalar....

Fotos Toledo

Vista da cidade de Toledo.
Outono úmido na Serra de Gredos.


Olivos carregados de azeitonas.

17 novembro 2006

Toledo

Fomos para a Serra de Gredos, onde fica Galayos e chegamos junto com muiiiita chuva. Esperamos 2 dias mas nada de melhoras. Aproveitamos para conhecer um pouco a regiao e no domingo (05.11) fomos até Toledo, uma cidade histórica e muito turística. Até o ano de 1560  foi a capital do Reino Espanhol. A cidade está construida em uma "ferradura" de rio, o que era muito bom para a proteçao da cidade contra invasoes. Caminhar por Toledo é como uma viagem no tempo, na Idade Média. Aproveitamos para visitar um museu com pinturas de Velasquez, Goya e El Greco, todos pintores da corte espanhola entre os anos de 1500 e 1700. Visitamos várias lojinhas de artesanato, de facas e artigos de cutelaria que sao famosos pelo mundo pela qualidade do aço e das peças fabricadas.
Na segunda voltamos a Los Galayos e a chuva continuava incessante. Enfim na terça seguimos rumo ao norte para fugir deste outono atípico. Estava chovendo muito no centro e sul da Espanha, até em Andalucia, e pouco no norte que normalmente é mais úmido.
Na quarta chegamos em Vitória que é a capital do País Vasco e onde mora o amigo Eneko Pou, que conhecemos na Patagonia em Janeiro/06. Passeamos pela cidade e nos esncontramos com ele no final da tarde no ginásio de escalada municipal. Alí conhecemos uns amigos e fomos convidados para dar uma entrevista em um programa de montanha na rádio Avalá que foi pirata durante muitos anos e agora já é legal, 107.4MHz, uma das mais ouvidas em Vitória. A entrevista foi indescritível, ficamos uma hora conversando em 4 pessoas sobre montanhas, viagens  e escaladas pelo mundo. Imaginem nós falando em Castellano com o maior sotaque na rádio dos malucos da cidade.....bem, a verdade que nos divertimos muito!
No dia seguinte saimos cedo para Picos de Europa, no Principado de Asturias. Rodamos 270 km e fomos ao Pico Urriello ou mais conhecido como Naranjo de Bulnes.... mas aí é outro capítulo....
 

 


 

02 novembro 2006

La Pedriza

Como estamos na regiao de Madrid, La Pedriza é parada obrigatória. É um Parque Natural que está mais ou menos uma hora do centro de Madrid. O lugar é com certeza o ponto mais frequentado pelos madrilhenhos amantes da natureza, caminhantes, pessoas que buscam cogumelos e lógico por escaladores. A primeira impressao é que se parece com Itatiaia em uma área menor. A rocha é um granito da melhor qualidade e é uma escola muito tradicional do estilo aderência.  Chegamos por lá na quinta passada (26.10), ainda com a maior chuva. Na sexta a chuva deu uma folga e levamos o equipo para passear. Fomos até o Yelmo, 2 horas de caminhada do estacionamento, e no caminho tivemos a sorte de encontrar muitas cabras montanhesas que moram pela regiao. Ficamos impressionados com a habilidade dos bichos em subir nas pedras. Em termos reais vimos elas fazendo um 6a com a maior agilidade e sem corda.
Na volta do passeio escalamos um pouco no Cancho de los Brezos, umas vias pequenas e bem equipadas. O Sassá nos emprestou um guia da regiao e uma coisas legal do guia é que para vias conquistadas de baixo para cima se refere a vias "abertas" e vias de cima para baixo se refere a vias "equipadas". Assim sabemos quando a via é mais ou menos exposta pois normalmente vias abertas sao menos protegidas pois sempre existe a dificuldade de parar para furar e colocar uma chapa. No dia seguinte seguimos cedo para El Pajaro, uma formaçao muito atraente de uns 150m de altura. Como marinheiros de primeira viagem erramos o caminho de aproximaçao e andamos umas 2 horas a mais, mas valeu a vista. Chegamos tarde na base e escalamos uma via classica. Enfim um lugar para usar os móveis e com menos chapas.... ao descer encontramos o caminho normal, rotina que virou constante em nossos passeios pela Pedriza. Subir por caminhos perdidos e na volta encontrar o caminho bem marcado.
Nesta noite encontramos Sassá e seus amigos, o Nico do Chile e Alicia espanhola. No Domingo fomos todos ao Hueso, uma formaçao muito peculiar pois parece um osso de pedra com uns 80m encostado em uma parede. O Hueso, o Pajaro e o Yelmo sao os 3 lugares mais recomendados e clássicos da Pedriza. Escalamos 3 vias sendo uma delas sobre o Hueso. Como Domingo sempre é Domingo, ainda mais de céu azul pudemos ver o quao frequentado é o lugar. Para onde olhavamos tinha alguem escalando. Na segunda fomos a Cueva de la Mora, uma gigante parede com uma cova bem no centro onde cresceram 2 árvores. Aí somente vias de pura aderência.  Na terça voltamos ao Yelmo com objetivo de escalar uma clássica. Escalamos a Guirles-Campos de 160m em sua face sul, por sorte no caminho vimos mais cabras, que durante o final de semana devem ter se escondido da multidao....
Ontem para se despedir fomos ao Cancho de los Muertos, que apesar de ser uma formaçao menor em altura, vias de 50m, nao perde em nada pois é mais variado. Tem aderencia, fissuras, agarras como as do Anhangava que se parecem cogumelos, enfim muito divertido e também propício pois aqui é feriado de Finados. A noite voltamos para Miraflores de la Sierra, na casa do Sassá, e hoje partimos em direçao a Los Galayos, um lugar famoso e muito bem falado pelos escaladores daqui. Pelo que ví em fotos sao agulhas que lembram Cerro Catedral na Argentina, granito pouco equipado e com vias de mais aventura.
Beijos a todos.....

Fotos de La Pedriza

El Hueso em La Pedriza.


El Pajaro.


El Yelmo.


Escalando El Hueso.


Cabras montanhesas.

Fotos Los Estrechos e Chovar


Formaçoes de Rodeno em Chovar




Escalando em Chovar.



Cortiça.



Los Estrechos em Montanejos.



Escalando em Chovar.

Relato do Camboja

Oi Turma....
Enfim o mundo nao é só alegrias.....
Recebemos alguns dias atrás o relato abaixo do amigo Silvio sobre o trabalho que realiza no Oriente com sua família. Como sabemos que todos que acompanham nosso blog sao amigos, resolvemos compartilhar essa dura realidade, pois apesar de estar do outro lado do mundo, está cada vez mais próxima de nós. Também já tivemos a oportunidade de visitar sua casa, sua família e as meninas do Nepal e sabemos da importância de suas realizaçoes. Mais que superar-se, conquistar objetivos e ir além da prórpia capacidade eles têm a força de ajudar ao próximo e fazer disso seu objetivo de vida.



"Queridos Amigos,
Obrigado pelos que oraram pela minha viagem ao Camboja em 26 de setembro, conforme pedi em e-mail circular naquela data. Peço licença para relatar alguns pontos da viagem:
A Tailandia foi a conexao para o Camboja e Myanmar (antiga Birmania), passei por Bangkok 3 vezes no espaco de 12 dias e pude perceber varios aspectos da prostituicao infantil, que denuncia a Tailandia como um dos piores lugares na Asia nesse mal.
Na Birmania (em que fiquei somente entre os dias 4 a 6 de outubro) pude conhecer varios aspectos da cultura local, as comidas exoticas eram as mais variadas e interessantes.
Mas o Camboja era meu alvo principal e pude ficar ali alguns dias, deixando lá um trabalhador cambojano estabelecido para buscar os caminhos legais para estabelecimento de uma casa de acolhimento de meninas ja em janeiro de 2007. O nome dele é Tin, por favor, ore por ele, ele nos foi indicado pela Marcia Real, brasileira da JOCUM, que trabalha no Camboja. O Camboja foi vitima do maior genocidio da historia pós-Hitler, onde entre 1 milhao a 2 milhoes de cambojanos foram dizimados pela politica de re-educacao do general Pol Pot, homem que governou o Camboja debaixo do regime do Khmer Vermelho na decada de 70 (assista ao filme "Os Gritos do Silencio" em Portugues ou "Killings Fields" em Ingles, que trata do assunto). Esse genocidio marcou profundamente a alma dos cambojanos. Visitei a escola S21, transformada em centro de tortura do regime do Khmer Vermelho e visitei tambem um dos campos de fuzilamento ao redor da capital, ambos locais hoje transformados em memoriais e museus, que expoe milhares de esqueletos dos que foram assassinados durante o cruel regime de Pol Pot.
Sobre o trafico infantil no Camboja, nós temos uma materia chamada "Vende-se Inocencia" da revista Selecoes (edicao em Portugues de junho de 2005) que fala das 20 mil meninas na media de 15 anos que estao na prostituicao na capital Cambojana (eu tinha escrito 15 mil no e-mail antes da viagem, mas depois chequei que a revista diz 20 mil meninas) e pesquisando a respeito do assunto, cheguei pensar que havia certo sensacionalismo e exagero em torno do assunto, que chega a mostrar que alguns pagamentos da prostituicao no Camboja sao feitos em cabritos nas vilas, sem o uso de dinheiro. Mas o que vi foi muito pior: num dos hoteis que fiquei, na mesa ao lado da cama, tinha o menu de servicos do hotel, onde oferecia meninas para programa como algo normal, como se eu pedisse uma Coca-Cola no quarto. Em outro hotel, os funcionarios a toda hora ofereciam meninas para programa, era um assunto comum para eles, algo tido como absolutamente normal.
Mas o pior eu vi num certo dia em que o ricksha que usei nos meus dias em Phnon Penh (um taxi, tipo carroça puxado por uma pequena motocicleta) me levou  a um prostíbulo onde varias meninas foram colocadas à minha disposicao numa sala com varias cadeiras para os clientes sentarem e escolherem alguma delas e das 8 que estavam ali sendo oferecidas como mercadorias, creio que somente duas tinham mais de 18 anos, outras 3 delas talvez tivessem de 14 a 16 anos cada e 3 delas eram praticamente criancas, creio que não mais de 12 anos. Eu olhei nos olhos de cada uma delas profundamente, queria dizer que nao era mais um cliente em busca de um programa, mas sim um instrumento do alivio e socorro que Deus estava enviando, mas nao conseguia me expressar...eu nao falava o idioma cambojano (Khmer), o gerente do bordel estava ao meu lado enaltecendo em Ingles as qualidades delas e eu estava em choque, sem voz, sem acao...Fui sabendo que talvez veria isso, mas nao esperava ver da forma como eu vi. Creio que nunca estamos preparados para um momento desse. Sai do lugar chocado, sem acao, me sentindo impotente e pequeno diante daquele quadro. Nos dias seguintes, creio que debaixo de uma direcao de Deus que me impeliu a fazer alguma coisa, estabeleci o Tin no trabalho de pesquisa dos documentos e com isso demos o primeiro passo para abrirmos uma casa em Phnon Penh para abrigar algumas dessas criancas. Contudo, nao sabemos como isso acontecerá, mas temos fé que Deus há de abrir todas as portas. Vamos caminhar em fé. Ao voltar ao Nepal, recebemos um grupo que veio do Brasil com o Pr Jose Rodrigues da MCM, compartilhei o que vi e recebi apoio em relacao a abrirmos uma casa no Camboja. "Senhor, confirma a obra de nossas maos" - (Salmos 90:17). A cena das criancas sentadas em meu redor esperando a escolha nao sai de minha mente desde entao...
Silvio
Silvio, Rose, Davi, Asha e Meninas do Nepal"

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