Chegamos em La Paz as 10 da noite do dia 30.03. Estava garoando e um pouco frio, normal para os 3600m que esta a cidade. Ficamos um dia para acostumar um pouco com a altitude e arrumar umas poucas coisas antes de seguir para as montanhas. Dia 01.04 tomamos café da manha com Alain Mesili, um frances que vive há 40 anos aqui em La Paz e que muito contribuiu para a evoluçao do montanhismo por aqui. O Waldemar cedeu algumas fotos para seu novo livro, Bolivia entre Pueblos y Montañas. Alain já tem 60 anos mas é super dinâmico e ainda escala muito, inclusive abrindo novas vias mais técnicas e ousadas. Uma pessoa incrível que transmite muita energia das montanhas daqui.
Logo após o café seguimos para a regiao do Huayna Potosi, aproximandamente 1:30h de La Paz de carro. Fomos ao Refugio Casa Blanca (4.700m) de onde poderiamos escalar várias montanhas. Digo poderíamos caso o tempo estivesse colaborando. Na realidade os dois primeiros dias aí só neviscou, pura neblina e frio. Nao arriscamos nem colocar o nariz para fora pois por hora o melhor é nao ficar doente, um resfriado já pode atrapalhar bastante. No terceiro dia por fim um pouco de sol e fomos dar uma volta até os 5.200m e pudemos ver um pouco da paisagem. Com o tempo melhorando nosso animo também melhorou e nos programamos para subir ao campo alto do Huayna (5.120m) no dia seguinte.
Assim as 9 da manha do dia 05.04 seguimos para Campo Roca, onde existe um refugio mantido pela comunidade local. Nós levamos uma barraca para nao nos incomodarmos com os turista que ficam por ali. Em menos de 3 horas de caminhada já estavamos lá e o tempo seguia melhorando, já nao neviscava e pela manha tiuvemos um pouco de sol. Nos programamos para sair as duas da madruga em direçao ao cume. Saimos de fato as 2:30h por um glaciar enorme com uma neve fresca fazendo a vez de uma cobertura de nata, por sorte o caminho estava bem marcado e a neve durinha, muito boa para avançar. Fomos avançando lentamente e nao fazia muito frio. O caminho é relativamente simples, mas na metade tem uma passagem de uns 18 metros e 60 graus para cruzar uma Rimaya, uma passagem um pouco mais delicada e ao final uma rampa para o cume com uns 150m e uns 50 graus que faz arder as batatas da perna. O sol nasceu justo na base desta rampa onde paramos um pouco para apreciar o espetáculo. Para variar nesta hora fez um frio de bater os queixos mas logo o sol esquentou e a tremedeira passou. Chegamos no cume do Huayna Potosi (6.088m) as 7:30h com um céu completamente azul e uma vista de toda a Cordilheira Real, ao sul o Ilimani, logo ao norte o Condoriri, o Chachacomani, Cheroco o Illampu que escalamos em 2002 e bem ao fundo o Hancouma. A leste a baixada para a floresta e ao oeste o lago Titicaca. Ficamos umas 2 horas no cume, batendo fotos e vendo os grupos subirem e descerem. Enfim muita gente frequentando a montanha e isso que a temporada oficial ainda nem começou. Baixamos em 2 horas até nossa barraca e depois mais uma até o refugio.
Arrumamos as coisas e hoje 07.04 voltamos a La Paz e amanha pela manha voamos de volta para Curitiba, felizes com a escalada e com o corpo já um pouco mais acostumado com a altitude. Dia 10 saimos em direçao ao Nepal onde chegamos dia 13. Dia 16 temos programado um voo de helicóptero para o campo base sul (4.800m) do Makalu. Logo publico umas fotos da escalada.
