19 agosto 2010

Fotos Paquistão 2010


Cume do G1 visto do cume do G2. Foto Radek Jaros




Vista do cume do G1 desde o G2.
Nos círculos estão os escaladores e o ponto vermelho foi o local atingido no dia 17.07 as 12am. Foto Radek Jaros.

Paquistão 2010

Partimos no dia 05 de Junho em direção ao norte da Itália, nossa primeira escala nessa expedição ao Paquistão. Nossos planos eram escalar no Monte Rosa e algumas compras para os últimos preparativos da expedição ao G1(8.068m) e ao Broad Peak (8.047m). Tínhamos uma semana pré-Paquistão que seriam um final de treinamento e um começo de aclimatação. Nossa recepção em Aosta foi das melhores, revimos amigos e fomos abrigados pela Maria uma amiga do Waldemar desde os idos de 90. Mas o clima não cooperou, choveu praticamente todos os dias e nas montanhas ainda tinha muita neve do inverno. Limitamos nossos passeios ao quintal da Maria e subimos o Mont Fallere (3.060m). Passamos pelo túnel que liga a Itália à França por baixo do Mont Blac e visitamos Chamonix. No dia 13 embarcamos com destino à Islamabad, onde encontramos nossos companheiros de expedição, Hernan (Argentino), Monica, Lucho, Maria e Darwin (Colombianos), Rodrigo e Duncan (Guatemaltecos), resumindo todos Sudacas. Ficamos ainda 2 dias pela cidade para resolver as questões burocráticas, o Briefing, e últimas compras de comida. No dia 16 de junho as 5:00h da manhã saímos todos com um guia e nosso micro ônibus em direção a Skardu pela Karakoram Highway, 750 km. Neste dia chegamos em Chillas (430 km) às 23h depois de muitos buracos. Passamos nesta estrada em 2001 e a condição atual está muito pior ao que estava 9 anos atrás. No dia seguinte chegamos a Skardu, porta de entrada para as montanhas. É o último local com comércio, hotéis e até lojas de equipo de montanha. Descansamos um dia e aproveitamos para checar o equipamento fornecido pela agência, principalmente as barracas. Na manhã seguinte embarcamos em jipes 4x4 para percorrer o último trecho de "estrada", 112 km até Askole, os últimos 40 km são de muita emoção. No dia 20 finalmente iniciamos a caminhada até o campo base. As montanhas do Karakoram são únicas e impressionantes. Não só sua altitude, mas a verticalidade deixa as montanhas muito imponentes, ao lado de vales amplos com um fundo plano de tanto sedimento depositado. Logo ao terceiro dia de caminhada passamos em frente ao grupo Trango e com uma vista privilegiada para a Trango Tower que escalamos em 2001. Sentamos e ficamos mais de uma hora admirando, o dia estava de um azul impecável e ainda tivemos show de lançamento de carga para as base militares. Dezenas de pára-quedas caindo todos juntos trazendo mantimentos aos acampamentos militares sobre o Glaciar Baltoro. Depois de muitos passos, dois dias de muita neve, nada de vistas ao K2 e 110 km de caminhada, em 26 de junho chegamos ao campo base (5.050m) dos Gasherbrums.
Nós chegamos, mas nossos equipamentos não. Tivemos problemas com carregadores e 12 volumes da nossa expedição ficaram para trás. Por sorte 3 dias depois chegaram, eu não tinha nada de roupa e estava dormindo com um saco de dormir emprestado, nada melhor que poder tomar um banho e trocar de roupa. No dia 30 bem cedo, às 3:30 tomamos o caminho ao campo 1, que já estava aberto pela expedição Francesa. O campo 1 é usado para o G1 e o G2 (8.035m). Encaramos mochilas pesadas e um dia feio mas em 7 horas chegamos aos 6.950m do campo 1. Armamos nossa barraca e nevou todo o resto do dia, ficamos recolhidos e tomando mate com Hernan que é argentino e chegado em mate. O dia seguinte foi uma repetição, mas nossos companheiros Sudacas desceram no meio da neve e nós ficamos para aclimatar um pouco mais. Finalmente no terceiro dia amanheceu com sol, mas com muito vento. Saímos em direção ao C2 abrindo caminho na neve fresca, por sorte não muito funda, um pouco mais que a canela. Chegamos até 6.315m e descemos, o vento estava forte e bem gelado. Dormimos mais uma noite no campo 1 e bem cedo na manhã seguinte voltamos ao campo base em 2:20 horas. O glaciar que liga o campo base ao campo 1 tem um trecho inicial bem fraturado, muitas gretas e pontes de gelo para passar, assim que bem cedo pela manhã é a melhor hora de passar por ali. Passamos 4 dias de descanso um pouco forçado no campo base. Vieram mais uns dias ruins e com muita neve. Voltamos a subir ao campo1 no dia 8 de madrugadinha, um dia azul e sem vento. Ao chegar no acampamento tivemos que mudar nossa barraca de lugar, estava meio soterrada. Na manhã seguinte seguimos ao campo 2 toda a expedição Sudaca juntos, estávamos em 9 pessoas. Chegamos rapidamente no ponto que tínhamos alcançado na investida anterior, o Hernan escalou um bloco de gelo de uns 20 metros e conseguimos alcançar a parte superior do glaciar que leva ao colo entre o G1 e o G2. Lá montamos nosso campo 2 (6.500m) bem de frente ao Corredor Japonês, nosso acesso ao campo 3. Nesta noite já sentimos o friozinho de -13C. Acordamos cedo e as 6:00 já estávamos subindo em direção ao Corredor. Fixamos uns 150m de corda nova e reposicionamos outros muitos metros de corda no caminho. Lucho, Darwin e eu chegamos próximos da cota de 7.000m. O dia seguinte foi a vez de Hernan, Monica e Waldemar seguirem mais acima e nesta noite voltou a nevar forte. No dia 12 cedo descemos ao C1 com um clima horrível e com pouca visibilidade. Do campo 1 ao base, o clima melhorou um pouco e a neve deu uma trégua. Nevou os dois dias seguintes e ficamos de molho no campo base, a aclimatação e o cronograma da escalada andando como planejado. Dia 15 de madrugada seguimos ao campo 1, já sentimos a melhora na aclimatação pois subimos em 5 horas. Lá reorganizamos o equipo e seguimos para o campo 2 onde chegamos as 15h, o dia estava bonito e com pouco vento. Na manhã seguinte, ainda um pouco cansados do dia anterior, iniciamos a subida do Corredor Japonês, novamente estávamos a expedição Sudaca quase completa, Duncan não se sentiu bem e ficou no campo 2. Chegamos ao campo 3 (7.100m) perto do meio dia, ajeitamos uma plataforma com pedras, colocamos nossa barraca e tentamos descansar um pouco mas o vento estava perturbador. As 22h o vento parou completamente, as 23h começamos a nos arrumar e as 0:20h saímos em direção ao cume. Alem de nós Sudacas estavam Don (Canadá), Alexey(Rússia) e Gorri (Espanha) nesta investida. Fomos subindo e buscando um caminho, quando clareou estávamos em uma pendente bem forte. Logo no início Maria e Darwin desistiram e voltaram ao campo 3. Lá pelas 9h da manhã e a uns 7.800m Monica, Hernan, Lucho, Rodrigo e Gorri desistiram e desceram. Um pouco mais acima encontramos Don e Alexey descendo, tentamos convencê-los de não descer e tivemos um sucesso parcial, Don desceu e Alexey ficou conosco, os que sobramos nesta altura. Alexey abriu caminho por uma crista de rocha e ao final das rochas um campo de neve. Tentei abrir caminho pela neve, mas ela já estava na cintura e levei aproximadamente 20 min para abrir 4 metros. Alexey tentou ir para o lado, mas a neve não o deixou seguir, já eram 12h e estávamos na cota dos 8.000m. Enfim, tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Para subir os 70 metros (verticais) finais talvez levássemos várias horas e muito esforço. Alexey me olhou, apontou para o relógio e disse que iria descer. Conversamos entre nós e decidimos descer também. Já estávamos um pouco além do limite, ainda tínhamos que desescalar um trecho bem vertical com neve ruim e nestas alturas escalamos desencordados e no trecho do campo 3 ao cume não havia nada de cordas fixas, nem velhas. Chegamos de volta ao campo 3 às 17h desgastados da tentativa e nossos amigos de expedição nos propuseram tentar de novo, descansar um dia e sair na noite, e escalar o trecho final por outro lado e tentar fugir da neve ruim. No dia 18 às 23:20 iniciamos a segunda tentativa, desta vez só Hernan, Lucho, Gorri, Monica, Waldemar e eu. Don, Alexey, Maria e Darwin desceram para o campo base e Rodrigo iniciou a subida, mas na primeira hora voltou ao campo 3. Fizemos o mesmo caminho até os 7.600m, dali seguimos a direita fazendo uma grande travessia em uma rampa de neve tipo farinha. Lá em cima nos 8.000m a neve pouco se transforma pois é sempre muito frio e o maior agente de transformação é o vento, resumindo a neve estava pior do que na investida 2 dias antes. Lucho e Hernan abriram caminho direto até uma cornija. Depois vinha um trecho misto de rocha e gelo que seria difícil sem corda. O vento neste dia estava soprando forte e fazia muito frio. Waldemar e eu ainda estávamos subindo e eles vinham descendo e nos falaram que não ia dar, a subida por ali estava complicada. Chegamos de novo próximos dos 8.000m e o cume estava logo ali, inatingível. Descemos de volta ao campo 3 e direto ao campo 2, o vento forte estava trazendo mais neve. Dormimos no campo 2 e descemos ao campo base no dia seguinte já com o tempo virado. Nevou sem parar 4 dias seguidos no campo base. O Waldemar estava com uma infecção na garganta e a minha não estava das melhores também. O vento e o desgaste estavam cobrando seu preço. Dia 24 parou de nevar e desistimos da escalada ao G1, estávamos satisfeitos com tudo que tínhamos escalado, resolvemos chamar os carregadores e seguir ao Broad Peak pois já não tínhamos muitos dias na montanha. Os carregadores chegaram dia 26, empacotamos tudo para mudar de campo base, seriam umas 12 horas de caminhada entre os 2 campos bases. No início da noite chegou mais uma previsão do tempo que indicava que os dias 27 e 28 seriam bons e depois viriam mais alguns dias de neve. Assim complicou nossa tentativa ao Broad Peak, que também estava bem carregado de neve fresca e com muitas expedições já indo embora. Decidimos aproveitar os dias bons e cruzar o passo Gonongoro La (5.660m) e assim encurtar o caminho de volta em 3 dias. Dia 26 chegamos em Ali Camp onde descansamos algumas horas e à 1:00h da manhã seguimos em direção ao passo. Justo ao nascer do sol estávamos no ponto mais alto da passagem pelas montanhas. Assistimos um belo nascer do sol com vistas ao K2 (8.611m), Broad Peak (8.047m) ao conjunto dos Gasherbrums (do 1 ao 6), ao K1 (Masherbrum, 7.821m) e ao Laila Peak (6.096m). Foi uma bela despedida das montanhas. O dia amanheceu azul e com pouco vento, fazia frio mas a paisagem estava impressionante. Caminhamos loucamente mais 1 dia e chegamos a Hushe, um povoado onde um jipe nos esperava para nos levar de volta a Skardu. Em Skardu ficamos sabendo do caos que estava o Paquistão, enchentes que afetaram 14 milhões de pessoas e provocou milhares de mortes. A estrada que liga Skardu a Islamabad estava cortada em nove pontos, pontes que foram levadas ou deslizamentos na estrada. Os vôoss também estavam sendo cancelados a vários dias devido ao mau tempo e a lista de passageiros aumentava todos os dias. Enfim depois de 4 dias conseguimos embarcar em um Hércules C-130 da Força Aérea do Paquistão e voltar para Islamabad. Durante o vôo tivemos uma vista panorâmica do Nanga Parbat, passamos ao lado e na altura do cume. Em Islamabad conseguimos remarcar o vôo para a Itália e aproveitar uns dias por lá. Nos hospedamos novamente na casa da Maria e dia 06 de agosto subimos o teleférico do Mont Blanc com o objetivo de escalar o Dente do Gigante (4013m), uma escalada em rocha no maciço do Mont Blanc. Lá em cima fomos recebidos pelo nosso amigo vento gelado e uma temperatura de -3C. Tinha nevado no dia anterior e nossa via de rocha estava completamente congelada. Resolvemos subir já que estávamos lá de botas e crampons mesmo. Subimos pela via até a 3 cordada as 2 últimas saímos para a via normal que tem umas cordas fixas de 2 polegadas de diâmetro, também congeladas. Chegamos no cume as 14:50h e o último teleférico de descida era às 17h. Resumindo, descemos os 6 rapéis voando e praticamente corremos o caminho de volta e conseguimos chegar 3 minutos antes do teleférico sair na maior correria.
Antes de voltar para casa ainda fomos escalar em um point tipo o Anhangava, campo escola com uma super vista ao Gran Paradiso. Dia 10 de Agosto, 66 dias depois de sair, finalmente voltamos ao Brasil. É sempre bom viajar, mas nada como voltar para casa.

18 julho 2010

Saudades do Marumbi...

Fotos Junho de 2010




03 abril 2010

Vulcao Pacaya





Rio de Lava...

Semuc Champey

Voltando para Guatemala capital passamos por um lugar de piscinas verde turquesa que ficam proximas ao pueblo de Lanquin. Um lugar impressionante onde o rio entra embaixo das rochas calcareas por 300m e em cima existe uma serie de piscinas que sao abastecidas por nascentes de agua. Dificil de explicar mas as imagens falam por si....







29 março 2010

Tikal e Yaxha

Ontem estivemos em Tikal e hoje em Yaxha, duas cidades Mayas que ficam em Peten, regiao norte da Guatemala. Seguem algumas fotos para terem uma ideia de quao grandiosas foram.




















26 março 2010

Quirigua e Lago Izabal

Estamos hoje em Flores, ao norte da Guatemala e amanha vamos a Tikal, a pricipal ruina Maya do país. A postagem anterior tem umas fotos do Vulcao Santa Maria (3772m), as Fontes Georginas, aguas termais onde tomamos um banho maravilhoso e o vulcao Chicabal que tem um lago na sua cratera. Segue abaixo umas fotos das ruinas de Quirigua que tem umas Estalas maravilhosas, com até 6m de altura e do Lago Izabal onde passamos uma noite. Assim que possível colocamos mais umas fotos. Abraços a todos.