29 dezembro 2006

Sul....

Ficamos uns dias em Valencia onde aproveitamos para resolver a ITV da Vanette, pois a cada 6 meses tem que passar pela Inspeçao Técnica Veicular. A Irivanette passou sem problemas... mesmo depois de 8.000km rodados nesta viagem... e assim já temos o selo até junho de 2007. Na segunda-feira dia 18 os amigos de Valencia fizeram a apresentaçao do vídeo sobre a escalada deles ao Everest em 2005. Foi bom poder ir conferir pois o vídeo além de muito bem feito mostra um pouco das imagens de nossa expediçao.
Neste mesmo dia chegou de Sevilha nosso amigo Eduardo Amazonas que já está vivendo na Espanha há 8 anos e em 2005 defendeu seu doutorado. Sempre bom rever amigos e aproveitar para viajar uns dias juntos. Saimos da cidade e fomos para Alzira, uma pequena zona de escalada ao sul, esquecemos a máquina fotográfica no carro e assim, zero fotos. De lá fomos dormir na casa de Rubém e Maica, amigos que moram a 60 km de Valencia.
Nesta noite chegaram as primeiras nevascas na Espanha, praticamente todos os lugares acima de 600m de altitude nevaram. Como estavamos ao nível do mar só pegamos chuva, mas na manha seguinte todas as montanhas branquinhas, bonito mas frio.
De lá continuamos ao sul, passamos por Calpe e fomos até a base do Peñon de Ifach que escalamos em outubro, mas passamos para que o Edu pudesse ver ao vivo. Seguimos mais um pouco e chegamos ao Puig Campana, montanha de 1410m que fica ao lado de Finestrat, bem próximo a Benidorm que é um povoado ao lado do Mediterrâneo. As vistas sao impressionantes pois a montanha é bem grande e quase à beira mar, deve estar uns 10 km da costa. Como chegamos no final da tarde fizemos um passeio de reconhecimento e deixamos para escalar no dia seguinte.
Acordamos com um vento forte e gelado que nos deixou na cama um pouco mais do que o planejado. De repente, as 9:30h o vento parou por completo, algo raro. Levantamos correndo e seguimos para a parede. Começamos a escalar perto do meio dia e escolhemos a via Julia como uma variante de entrada ao Espolon Central, foram 400m (6a), de escalada clássica, chapeletas só em algumas paradas. O dia estava nublado mas sem vento, muito agradável para escalar apesar do frio. Chegamos ao final da via próximo das 17h e com um começo de neve, o tempo foi justo para chegar ao carro com os últimos raios de luz. Pela noite voltou a ventar forte e na manha seguinte o vento estava de alucinar. Resolvemos seguir mais ao sul, nova busca pelo calor....e fomos para as praias do Cabo de Gata.
O Cabo de Gata é a extremidade sul mais ao leste da Espanha. É um Parque Natural, com praias e falésias sobre o azul do Mediterrâneo. Algumas praias sao como balneários e outras seguem sem moradores. Visitamos o farol perto de Agua Amarga e depois fomos para a regiao de Las Negras. Fomos caminhando até a praia San Pedro que além das ruínas de um forte tem uma comunidade de hippies que vive por lá, um tanto curioso, algo que parece que está parado no tempo, nos anos 60. Seguimos para a praia Playazo onde fizemos nossa ceia de Natal e passamos a noite.
De lá seguimos para Antequera para visitar um parque que chama Torcal de Antequera. O Torcal sao umas formaçoes de calcáreo muito particulares, como torres de discos empilhados. Demos um passeio entre as formaçoes e seguimos nosso caminho.
Chegamos entao ao El Chorro, um dos lugares de escalada mais populares da comunidade de Andalucia e da Espanha. Por ser no extremo sul, se pode escalar no inverno o que atrai escaladores de toda a Europa. Ao chegar vimos furgonetas de todos os países, desde a Finlândia à República Tcheca.
Em El Chorro está o Desfiladeiro de los Gaitanes, onde foi construido uma central hidroelétrica. Junto com a central construiram o Caminito del Rey, uma espécie de passarela nas alturas para o Rei poder visitar e inspecionar as obras. Como a construçao é um pouco velha o tal Caminito está desativado e teve os trechos iniciais arrancados para evitar que as pessoas subam. Mas a comunidade de escaladores usa o Caminito como acesso a diversos setores de escalada dentro do desfiladeiro. Assim que para subir no Caminito é preciso escalar uns 40 m e a partir daí seguir pelo caminho que tem techos desabados aonde foram instalados alguns cabos de aço para serem usados como segurança. Aproveitamos o primeiro dia em El Chorro para com¡nhecer o Caminito e seguimos desde o começo até o final em um barragem da usina. Para nao voltar pelo mesmo caminho demos uma volta pela estrada para voltar ao povoado.
Como os dias livres do Edu estavam acabando e ele tinha compromissos em Sevilha, resolvemos trazer ele até em casa e aproveitarmos para conhecer a cidade. Nao escalamos em El Chorro mas na volta para o norte vamos parar uns dias por lá pois ainda há muito para conhecer.

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